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Saúde Mental nas organizações. O problema é sério!

  • Foto do escritor: João Ferraz Filho
    João Ferraz Filho
  • 27 de fev. de 2020
  • 3 min de leitura

Ultimamente, muito temos lido e ouvido falar em Saúde Mental, inclusive por quem nada entende do assunto. Aliás, um comportamento de alto risco e de significativa irresponsabilidade.

O impacto dos transtornos mentais no mundo é preocupante. Em ambientes corporativos está cada vez mais evidente, infelizmente! Uma, a cada quatro pessoas, está sujeita a problemas de Saúde Mental, dentro das organizações. No Brasil, é a terceira causa de afastamento do trabalho. Entretanto, apenas 18% das empresas investem em Programas de Saúde Mental.

Saúde mental é mais do que a ausência de doenças mentais. É qualidade de vida cognitiva e emocional. É a capacidade de administrar a sua própria vida e suas emoções. É a capacidade de saber escolher, agir e responsabilizar-se pelas escolhas. É saber aceitar as dificuldades que a vida nos impõe e enfrentá-las com convicção, sem perder o equilíbrio emocional. É estar bem com si mesmo. É realizar e estar realizado. É exercitar, constantemente, o relacionamento interpessoal, disponibilizando suas habilidades sociais, sem medo. É saber que felicidade não é meta, é o momento.

O processo de adoecimento mental instala-se lentamente. Uma luta diária e absurda será travada com si mesmo, na tentativa de amenizar ou eliminar o adoecimento, que certamente trará graves interferências na vida pessoal e profissional. É de extrema necessidade agirmos rapidamente e de forma estruturada, para que não haja prejuízos irreversíveis às pessoas e às organizações.

Precisamos refletir sobre o que está sendo feito pelos colaboradores das nossas empresas, nacionais ou multinacionais, de grande ou pequeno porte, visando contribuir com a saúde mental dessas pessoas e seus dependentes. E, ainda, sob a ótica dos negócios, levar os empresários à uma análise sobre a perda de produtividade, por conta da falta de um Programa de Saúde Mental eficaz, desenvolvido por profissionais da área da saúde. Obviamente, nessa colocação, não me refiro à superioridade corporativa, porque entendo que o ser humano será sempre superior. Afinal, é ele quem cria, quem faz, quem entrega. A busca é de valor para o colaborador, não para a empresa.

A medida em que o colaborador percebe através do seu gestor, que é visto pela empresa como parte fundamental do todo, e sente que há cuidado para com ele, maior será a produtividade. O valor para empresa será consequência do valor conquistado pelo colaborador. Acredite!

Para os empresários e gestores mais desconfiados, convém enfatizar que Humanização Corporativa, não significa concordar com a incompetência, com a indisciplina ou com a falta de ética. Muito menos, relevar atitudes que vão contra a missão, visão e os valores da organização. Humanização Corporativa é apoiar os colaboradores, para que de maneira natural, espontânea e em um ambiente saudável, cumpram as tarefas para as quais foram contratados e sintam orgulho em pertencer a organização. Daí a importância de um Programa de Saúde Mental estruturado e obrigatoriamente aceito de cima para baixo, na escala hierárquica da organização.

O trabalho é ótimo para a saúde mental. Trabalho não é castigo. Trabalho não é punição. Porém, alguns fatores contribuem para que ele seja desgastante e gerador de adoecimento psíquico. Como por exemplo: quando realizado em ambientes tóxicos, tendo gestores despreparados para lidar com pessoas, havendo falta de clareza quanto ao jeito de ser e fazer da organização, com excessivas cobranças, metas intangíveis, com falta de respeito, ameaças, sem procedimentos definidos, sem perspectiva de crescimento, entre outros. Como consequência, alguns colaboradores intensificam a dedicação, indo além do limite físico e psíquico suportável, privilegiam o outro enquanto prejudicam a si mesmos, negam problemas e reforçam conflitos, atingindo até a despersonalização e chegando ao adoecimento.

Na condição de Psicólogo Clínico e Empresarial e Consultor de Empresas, há mais de 40 anos, afirmo, sem medo de errar, que a busca do equilíbrio corporativo para uma Saúde Mental Progressiva, depende de colaboradores e empresa. É uma busca de duas forças em um único sentido, onde, ambas as partes têm que querer ser e fazer melhor. Como resultado desse trabalho conjunto, o colaborador saudável terá orgulho de pertencer à empresa, e esta, por sua vez, terá alcançado seus objetivos sociais e empresariais.

O Programa AdequadaMente, desenvolvido por nós, com base em nossas experiências pessoais, profissionais e acadêmicas, deixa claro que o objetivo não será atingido com ações pontuais, paliativas e esparsas. É necessário que haja uma interligação lógica, contínua e personalizada de ações. Iniciamos nosso trabalho pela elaboração de um diagnóstico, com base em entrevistas realizadas com a alta gestão, demais gestores, colaboradores e profissionais terceirizados, envolvidos no dia a dia da organização. Para tanto, utilizamos indicadores comportamentais, de Saúde Mental e análise detalhada do “JEITO DE SER E FAZER” da organização.

É importante salientar que um Programa de Saúde Mental, seja ele qual for, deve ser um reforçador da atuação da área de Recursos Humanos e não uma forma velada de substituí-la ou comprometê-la.


Por Psic. João Ferraz Filho

 
 
 

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